Volta Amanhã - Caixa Cartão Collective, Maía, Quartzo

Eu sonho acordado nem sempre 'tou concentrado

Sou sonâmbulo ao contrário, acordado quando 'tou deitado

Tenho medo de dormir porque é tempo mal usado

Mas o tempo sem dormir é sempre mal usado

Mal pensado tu pensares que eu papo sono

Sempre mal passado quando chamas o meu nome

É uma má intuição, sinto me usado então

Dispenso olhar p’a trás

Não quero interação

Quantos vão?

Quantos voltam do árduo caminho?

Que é 'tar a mercê do fado traçado pelo destino

Focados, direcionados em seguir tudo certinho

Coitados, equivocados, perdem se a meio do trilho

Sozinho é que u caminho, sem linhas que me guim

Sem palas que me tapem, sem guias que me alinhem

Sem coisas que me impedem, são coisas que me queriam

Cem coisas de mim queriam, cem coisas de mim criam

Cem coisas de mim queriam, cem coisas de mim criam

Sem coisas que me impedem, são coisas que me queriam

Sou inconsciente mas 'tou ciente disso

Quero tudo quando quero depois quero mais do que isso

Esse é o motivo do progresso constante

Tantos sons na estante: constante mente em versos

Constantemente em processos de criação de universos

Regresso deles e peço que entendam

Que só quero 'tar distante um bocado

Que é p’a ver se desperto desses sonhos acordados

Ao bocado não querias 'tar comigo

Diz la o que mudou p’a me abordares como amigo, fingido

'Tou fugido desse lixo

Não pertenço a esse nicho

'Tou fodido c’esse bicho

Não me envolvam nisso

Entendido?

Atendido será

O meu desejo de limpeza à merda que aqui há (e se há)

Não me digam até já

Porque o tasco tá fechado, se queres mais tens que voltar amanhã

Cem coisas de mim queriam, cem coisas de mim criam

Sem coisas que me impedem, são coisas que me queriam